sexta-feira, 27 de julho de 2012

Conhecendo a Cancha da Arvorezinha


Prof. Lisandro Moura

Bagé é uma das poucas cidades do Rio Grande do Sul onde ainda se pode presenciar uma carreira de cavalo na qual se preserva aspectos tradicionais e populares à moda antiga. É onde as carreiras em cancha reta representam um verdadeiro acontecimento performático. Apostadores, criadores, jóqueis, famílias, borrachos formam uma verdadeira comunidade em torno do evento preferido dos gaúchos.

Identificamos na cidade três locais diferentes onde acontecem as carreiras nas tardes de domingo: Cancha do Parque do Gaúcho, Cancha da Arvorezinha e Cancha da Alegria, popularmente conhecida como Cancha do Negrinho. Fizemos uma primeira inserção etnográfica nas carreiras da Arvorezinha. Chegando lá, logo percebemos que se tratava de um lugar com fortes elementos de improviso e de baixa competência profissional, o que torna o ambiente ainda mais interessante para a nossa pesquisa, uma vez que a população é quem legitima um determinado acontecimento. E, de fato, não havia nenhum indício de preocupação por parte da população presente quanto aos aspectos pouco modernizantes da cancha da Arvorezinha. Pelo contrário, pareciam viver intensamente aqueles momentos, cheios de relações sutis entre apostadores, jóqueis e organizadores. A informalidade reina soberana, tornando o evento ainda mais complexo e caótico, cheio de rituais à primeira vista incompreensíveis para quem não vivencia o espaço frequentemente. No post abaixo vocês têm acesso ao relato dos estudantes-pesquisadores sobre essa primeira saída de campo.  Produzimos cerca de 2 horas de imagens em uma câmera de vídeo, que nos ajudou como tentativa de aproximação da realidade observada. A câmera acompanhava o nosso olhar e ajudava a desvendar os  rituais e a compreender os personagens típicos do local, cada um com uma peculiaridade fantástica que transparecia nas ações espontâneas e nos gestos teatrais repletos de sentido.

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