segunda-feira, 16 de julho de 2012

INFORMAÇÕES


CRIAÇÃO DE CAVALOS É INDUSTRIA EM BAGÉ

A conformação topográfica dos campos da região de Bagé, a fertilidade dos solos e a base vegetal do campo nativo são os alicerces de uma indústria não-poluente: a “Indústria do cavalo”.

O clima favorável e o número de horas de luz durante as estações do ano completam o quadro privilegiado de condições favoráveis para a criação do cavalo Puro-Sangue de Corrida ou Puro-Sangue Inglês (PSI). A indústria do cavalo ganhou um novo impulso a partir da chegada dos grandes criadores de PSI, a partir de meados dos anos 70. Até esse período existiam alguns haras de expressão, mas pouco numerosos. Ainda se fala, nas rodas turfísticas em animais que foram criados no “Haras Jaguarão”, comenta-se dos cavalos “dos Martins”. Eram outros tempos e seus plantéis foram vendidos para outros criadores com o fechamento desses criatórios. Em 1972 foi criado o Haras Fronteira, de Mário Belmonte Móglia e logo a seguir começaram a chegar os criadores do centro do país. Iniciava-se, assim, a peregrinação à Meca do PSI: Bagé, também conhecida internacionalmente como a Kentucky brasileira (referência ao estado norte-americano onde a criação de cavalos PSI assumiu contornos de destaque internacional).

Atualmente a região conta com quase 20 criatórios, as informações dão conta de 16 ou 18 estabelecimentos em funcionamento.

Fonte de centenas de empregos diretos, os haras utilizam mão-de-obra local para cerca de 300 postos de trabalho permanentes. Esse número sobe em mais 50% se forem computados os 150 empregos indiretos que atuam em função quase exclusiva aos haras. São ferreiros, caminhoneiros, aramadores e outros profissionais liberais que atuam nestes locais.

O número de cavalos na região oscila na faixa dos 1700 indivíduos, o que representa cerca de 30% do plantel nacional.

Essa indústria importante e sem chaminés lança ao mundo inteiro os seus produtos. Esses cavalos velocistas, nascidos aqui, estão em todos os continentes. Destacam-se aqueles que foram disputar corridas na África do Sul e Estados Unidos, principais mercados compradores. Muito dificilmente retornam ao haras de origem. O mais comum de acontecer é que voltem ao Brasil onde entram para a reprodução, principalmente as éguas. Aos garanhões, o descanso nos piquetes de rica pastagem cultivada e as intensas estações de monta, são o prêmio final, mas apenas se forem corredores excepcionais.

A mão-de-obra especializada também é destaque nessa indústria a céu-aberto. Veterinários de grande prestígio circulam entre cocheiras e piquetes com a árdua missão de cuidar o plantel de éguas sob sua responsabilidade. Graças ao acolhimento desses profissionais é que estagiários de várias universidades chegam para aprender e enriquecer seus currículos.

No cenário turfístico da América Latina, a produção de cavalos PSI da região só é suplantada, em tamanho e importância, pelas criações da província de Buenos Aires (Argentina). Mesmo assim, com freqüência nossos cavalos vencem os deles. Que se há de fazer? A carreira se ganha na foto.

Fonte: Jornal Minuano - Cláudio Falcão

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